Terça-feira, 27 de Março de 2012

Salazar vai ser nome de zurrapa. Mas não foi sempre?...

A iniciativa do presidente da Câmara de Santa Comba de engarrafar um vinho com a marca ‘Memórias de Salazar’ é recebida por alguns com cautela. Rui Félix, reformado, desconfia da qualidade da pinga. "No concelho de Santa Comba, por causa da humidade excessiva, não há vinho capaz" – diz. 

Já Sérgio Viegas, proprietário de um café no centro da cidade, não está nada preocupado com a qualidade do tinto. É o que menos lhe interessa: "Pior ou melhor, o vinho há-de beber-se. Isto dos produtos com a marca de Salazar é bom para o comércio. Muita gente se calhar passa a vir cá para comprar recordações."

 

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/os-sinais-de-salazar-em-santa-comba

 

Pois ‘tá claro, afinal não há quem venda galos de Barcelos (provavelmente fabricados na China), como se fosse artesanato típico, no… Algarve?

E em Fátima, não se vendia até há pouco tempo uma "água milagrosa" que realmente acabava com a prisão de ventre num ápice? Então, se começarem a vender um vinho do Alentejo, ou do Douro, na terra do "rapa-tudo", onde é que está o problema?

Pior seria (e mesmo assim não viria mal ao mundo, afinal estamos numa “aldeia global”...), se desatassem a importar vinho da Califórnia, ou do Chile (porque não de Espanha?, sempre fica mais barato), para depois lhe colocarem o rótulo com a “fronha” do “orgulhosamente só”.

De maneira que das duas, uma:

  1. Ou vem aí (mais uma) zurrapa;
  2. Ou uma pinga com alguma qualidade, mas de outra região.

A verdade é que já não estamos nos tempos em que "beber vinho" era "dar de comer a um milhão de portugueses".

Muito menos os cinco litros por dia que, em média, bebiam os trabalhadores rurais (que eram a maioria da população) naqueles “gloriosos” tempos de fartura… de miséria, para conseguirem esquecer ou simplesmente aguentar as agruras de uma vida ganha a muito custo com uma enxada, em jornadas que duravam desde que o sol nascia até que se punha…

Ainda por cima, um produto com este nome não interessará senão a um nicho muito reduzido de mercado, os admiradores do velho ditador.

Para estes, a genuinidade do produto pouca importância deve ter, porque, com o discernimento toldado pela saudade, qualquer coisa serve para afogar as mágoas. Desde que faça efeito…

Parece que o Álvaro dos pastéis de nata também nasceu para aquelas bandas. Decididamente, continua a haver por ali pessoas decididas a mudar o rumo do País.

Com gente assim, está mais que visto, é uma questão de tempo…

publicado por Mário Pereira às 17:54
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Reforma aos 67 anos em 2030: com medidas destas, a crise tem os dias contados!

Cravinho defende idade de reforma nos 67 anos em 2030

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2386322&success=1

 

Por mim, podia-se começar já pelo Cravinho: cancelavam-se as diversas reformas que, como político que é, deve ter, e obrigava-se este ex-combatente contra a corrupção (depois corrompido com um tacho no Banco Europeu de Investimento) a trabalhar mais uns anitos.

Isso é que era serviço!

Agora conversas de rigor e austeridade com a barriga (leia-se a conta bancária) cheia, não passa de conversa da treta, sem ofensa para o António Feio e para o Zé Pedro Gomes...

publicado por Mário Pereira às 16:58
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Domingo, 25 de Março de 2012

Camisa vermelha versus calça castanha

Napoleão Bonaparte, durante as suas batalhas, usava sempre uma camisa de cor vermelha.

 

Para ele era importante porque, se fosse ferido, na sua camisa vermelha não se notaria o sangue e os seus soldados não se preocupariam e também não deixariam de lutar.

 

Toda uma prova de honra e valor.

 

Mais de duzentos anos depois, Cavaco Silva usa sempre calças castanhas…

publicado por Mário Pereira às 23:18
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Quarta-feira, 21 de Março de 2012

Polícias, árbitros, camaradagem e honestidade

O que é que estes dois casos têm em comum?

1. GNR processa colega envolvido em acidente
O Ministério Público (MP) de Albufeira está a investigar uma queixa de um militar da GNR contra um colega envolvido no atropelamento de duas jovens, na madrugada da Passagem de Ano, em Albufeira. Ao que o CM apurou, o processo em curso em tribunal é relativo aos crimes de injúrias e abuso de poder.


2. Carlos Freitas pede explicações a Vítor Pereira devido aos testes físicos dos árbitros
No final do Gil Vicente-Sporting Carlos Freitas disse que chegou a altura de Vítor Pereira explicar o que se passou nos testes físicos do curso de árbitros que decorreu recentemente no Luso.

O que é que estes dois casos têm em comum?
Aparentemente, nada. 
Mas na realidade há um pequeno pormenor que é comum aos dois.
No primeiro caso, um GNR ia a conduzir com os copos (1,65 g/l) na noite da passagem de ano e atropelou duas garotas. 
Depois trocou com uma mulher, para fingir que ela é que ia a conduzir, mas parece que acabaram por lhe descobrir a careca. 
E então ele ficou muito ofendido, porque queria que os colegas que tomaram conta da ocorrência lhe demonstrassem "camaradagem". 
Essa "camaradagem", para ele, significaria talvez que não lhe fizessem o teste de alcoolemia, ou que o deixassem ir embora, não se percebe pela notícia do CM. 
Seja como for, "camaradagem" para ele significa seguramente não querer assumir as responsabilidades por inteiro, colocando os seus próprios interesses à frente dos das miúdas atropeladas.
Numa palavra, significa "desonestidade".
E também "cobardia", já agora.

Vejamos agora o segundo caso, o dos "camaradas" árbitros:
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol decidiu, no dia 2 de Fevereiro, castigar o árbitro João Ferreira com três jogos de suspensão por se ter recusado a apitar um jogo do Sporting na segunda jornada. 
O Paulo Baptista, nomeado para o substituir, também se recusou e apanhou dois jogos. 
Agora, num curso que os árbitros fizeram, decidiram todos, obviamente por "camaradagem", dar uma volta ao campo a menos (14), enquanto "o roque e a amiga" cumpriram 15 voltas, recuperando assim, graças aos "fantásticos" regulamentos da arbitragem, os pontos que tinham perdido em consequência dos respectivos castigos.

As palavras "camaradagem" e "honestidade", em ambos os casos, são incompatíveis.
Cada uma impede a outra.
No primeiro caso, felizmente, prevaleceu a segunda.
No segundo caso, infelizmente, ganhou a "camaradagem".

Os protagonistas do primeiro caso são polícias.
Agentes da autoridade. 
O polícia bêbado falhou duas vezes. 
A primeira por conduzir sem estar em condições de o fazer, como infelizmente se confirmou com o triste atropelamento das duas jovens.
A segunda, para mim muito mais grave, por não querer assumir as responsabilidades.
Felizmente os outros polícias perceberam que mais importante do que a "camaradagem" é a "honestidade". Palavra, para mal dos nossos pecados, em desuso nos dias que correm.
Em consequência, o polícia prevaricador terá que ser assumir as consequências.
Final feliz, para um caso infeliz.
Pensando bem, o caso ainda nem sequer foi a julgamento, pelo que falar aqui de "justiça" é manifestamente prematuro.
A ver vamos, como diz o cego...

Os protagonistas do segundo caso são árbitros.
Agentes da autoridade, dentro dos campos de futebol.
Juízes.
Não lhes compete prender ninguém, mas têm uma missão ainda mais difícil, devido à grande exposição mediática e à "paixão" (outra palavra adulterada...) dos adeptos da bola.
Compete-lhes impedir que a "batota" se sobreponha à "justiça" nos jogos de futebol.
No recente Gil Vicente-Sporting, por exemplo, o Paixão, árbitro com um currículo deveras "assinalável", conseguiu bater todos os seus anteriores recordes: assinalou dois penaltis contra o Sporting num minuto (inédito, tanto quanto a minha memória alcança), o primeiro dos quais por uma mão que mais ninguém viu, fora da área e num lance em que o jogador do Sporting sofreu falta. 
Voltando aos testes físicos dos "camaradas" árbitros, depois deste caso da "volta a mais", ainda haverá quem duvide da desonestidade dos árbitros?
Até aqui, havia sempre quem os defendesse (os mais beneficiados ou menos prejudicados pelas suas arbitragens, claro).
Mesmo quando os criticavam, tinham sempre o cuidado de salvaguardar a sua "honestidade".
"Erraram porque não sabem mais, não porque sejam desonestos".
E agora?
Quem faz uma batota destas, também é capaz de fazer outras, não?
Ou a palavra "batota" deixa de ser errada, se trouxer associada a palavra "camaradagem"?
Então e onde é que fica a palavra "honestidade", no meio disto tudo?

Veja as notícias completas:

1.º caso:
O caso polémico, tal como o CM noticiou na altura, deu origem a uma averiguação interna do Comando-Geral da GNR. No carro envolvido no acidente seguiam dois GNR e sobre um deles, alcoolizado, surgiram suspeitas de que ia a conduzir o carro. Teria depois trocado de lugar com uma mulher.
Os dois guardas estavam fora de serviço e seguiam no carro que atropelou Bianca Pinto e Ana Filipa Brito. Esta continua hoje a sofrer com as lesões (ver apoios). O automóvel só parou cerca de 60 metros à frente do local do acidente. Ao que o CM apurou, os militares na viatura acusaram 1,65 g/l e 0,41 g/l de álcool no sangue.
A queixa surge depois de um deles, H.R., que estaria muito exaltado, ter ofendido várias vezes os colegas que tomavam conta da ocorrência. "Espero que não vos encontre numa situação destas, aí a conversa é outra. Assim é que se vê a camaradagem", terá dito o militar, à civil, aos colegas de serviço, em tom de ameaça. O segundo guarda que ia no carro tentou acalmar o colega, mas em vão. Quando um dos GNR em serviço se preparava para transportar a alegada condutora ao centro de saúde , para fazer testes psicotrópicos e de álcool, com recolha de sangue, o militar à civil voltou a insultar os colegas. "Vocês são uns filhos da p..., vão para o c..., cab...", terá dito.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/gnr-processa-colega-envolvido-em-acidente 

2.º caso:
Na ação coordenada por Vítor Pereira e que reuniu os árbitros e árbitros assistentes de 1.ª categoria, os presentes decidiram “repor a justiça”, ou seja, deram aos árbitros João Ferreira, Paulo Baptista e Rui Patrício, e aos assistentes Pais António e Valter Pereira, os pontos que lhes foram subtraídos na sequência do castigo, a 2 de fevereiro, decidido pelo CD da FPF.
A melhor forma que os árbitros encontraram para contestar esta decisão foi a de no teste de corrida permitirem que os árbitros castigados tivessem pontuação máxima, cumprindo 15 das 10 voltas exigidas enquanto o pelotão corria apenas 14. A partir da 10.ª volta, cada percurso de 400 metros tem um bónus e foi desta forma que puderam recuperar os pontos perdidos aquando da penalização sofrida. 
http://www.record.xl.pt/Futebol/Arbitragem/interior.aspx?content_id=747442
publicado por Mário Pereira às 22:00
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Terça-feira, 20 de Março de 2012

Pelo menos 23 homens foram mortos pelas suas mulheres

MOÇAMBIQUE: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Pelo menos 23 homens foram mortos, "agredidos com piladores e paus", pelas suas mulheres que eram vítimas de violência doméstica, na província de Tete, centro de Moçambique, disse à Lusa fonte governamental. 
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2368074&seccao=CPLP&page=-1 

 

Olha se a moda pega...

publicado por Mário Pereira às 13:01
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O povo gosta de ser enganado...

Popularidade de Cavaco nunca foi tão baixa

O Presidente da República está a pagar caro o preço das suas intervenções. E já é o chefe de Estado com o menor apoio popular desde que há eleições.

http://expresso.sapo.pt/popularidade-de-cavaco-nunca-foi-tao-baixa=f712388#ixzz1pdzwVJSN

***
Popularidade de Cavaco Silva a descer

***

A «queda» de Cavaco

A popularidade do presidente da república nunca esteve tão baixa

http://www.tvi24.iol.pt/politica/barometro-popularidade-cavaco-silva-jose-socrates-ferreira-leite-paulo-portas/1099721-4072.html

 

Et cetera...

 

Conclusão: este povo não sabe o que quer.

Por um lado, quer um presidente interventivo, não quer que Cavaco faça aquilo que ele faz melhor: NADA! Nada no discurso, nada nas acções.

Ou seja, o povo não quer uma "rainha de Inglaterra".

Por outro lado, quando ele fala é criticado e a sua popularidade desce a níveis nunca vistos.

Será culpa dele, porque na verdade não diz nada com jeito, ou nossa, porque só estamos bem a criticar?...

É como com a situação de bancarrota do País: os governos (principalmente os do Sócrates, que foram os últimos) é que têm a culpa, porque gastaram à tripa-forra.

No entanto, tem sido sempre assim que se têm ganho eleições, com promessas (aliás, raramente cumpridas), com facilitismos, criando ilusões de riqueza.

Lembram-se do oásis de Cavaco, traduzido em crédito fácil para comprar electrodomésticos, carros, casas e férias?

Pois é, foi nessa altura que se desbarataram muitos milhões de Bruxelas em jipes, no lugar de tractores (na agricultura) e de barcos (nas pescas), ou em formações da treta dadas por instituições privadas sem a mínima qualidade, no lugar de uma melhor educação pública, ou em obras públicas, grandes sorvedouros de dinheiro, como o CCB, as autoestradas, a ponte Vasco da Gama e a Expo 98, por exemplo, ou mesmo em hospitais enormes, mal concebidos e pior executados, tudo isto com desvios colossais em termos orçamentais.

Portugal passou a produzir menos e a consumir mais, importando muito mais.

Mas não fazia mal, porque íamos passar a ser um País de serviços. O turismo ia ser a nossa salvação...

Este descalabro começou com Cavaco, claramente.

Quem veio a seguir continuou e aprimorou, nomeadamente passando a importar mão-de-obra em massa (muitas vezes em condições miseráveis) para as grandes obras públicas, porque os portugueses tinham "estudos" (toda a gente fazia um cursozinho de computadores...) e não queriam ser operários. 

Os bancos, que agora se armam em vítimas, dizendo com o maior desplante que foram "obrigados" a emprestar dinheiro ao Estado, invadiram os media com doses maciças de publicidade enganosa, com créditos para tudo e mais alguma coisa, incentivando as pessoas a juntar no empréstimo da casa o respectivo recheio, um ou dois carros e férias na República Dominicana. Criaram as contas ordenado (com juros) e os cartões de crédito (com juros altos). Por fim, inventaram os malfadados créditos pessoais (com juros altíssimos), para pagar os empréstimos anteriormente contraídos.

Investimentos reproduzíveis, nicles, antes consumo até à náusea e endividamento galopante, público e privado.

Todos (ou quase...) caímos nessa, convencidos de que a torneira da Europa nunca fecharia.

Portugal tinha entrado no "clube dos ricos", ponto final.

Os emigrantes ficavam embasbacados, quando cá vinham de férias. Portugal já não era o paisinho paupérrimo e atrasado que eles tinham deixado a salto vinte ou trinta anos antes.

Viu-se...

Agora, que o sonho acabou, fazemos o que é habitual em nós: arranjamos um bode expiatório. Os políticos em geral, mais concretamente os governantes, esmiuçando, o Sócrates.

Mesquinho e rancoroso como sempre foi, também Cavaco enveredou por esse caminho, exibindo os mais baixos instintos humanos, tão característicos das sociedades primitivas: quando alguém é apanhado a roubar, todos lhe atiram pedras, incluindo aqueles que também roubam. Ou, dito de outra forma, "quando alguém está em baixo, até os cães lhe mijam nas pernas".

Encontrado o culpado, que só não linchamos na praça pública porque ele se pisgou (já agora, alguém é capaz de lhe perguntar de que é que ele vive, se não trabalha e não herdou fortuna?...), lavamos as mãos das nossas responsabilidades, como se não tivéssemos nada que ver com o assunto, e sentamo-nos à espera que a crise passe.

Só que desta vez vai demorar...

publicado por Mário Pereira às 08:32
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Sábado, 17 de Março de 2012

Os assaltos ao erário público são para continuar...

 

Artigo de opinião de Nuno Saraiva, DN:

"Pela primeira vez em muito tempo, Cavaco Silva tomou uma decisão acertada. [...] Ao enviar para o Tribunal Constitucional o diploma que criminaliza o enriquecimento ilícito, o Presidente da República fez o que se exige ao mais alto magistrado da Nação: defendeu e respeitou a Constituição e sinalizou as reservas que tem quanto a uma lei que "pode pôr em causa princípios essenciais do Estado de direito democrático".

http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2367613&seccao=Nuno%20Saraiva&tag=Opini%C3%A3o%20-%20Em%20Foco

 

Comentário:

Eis como a alegação de um princípio elementar do Direito, "in dubio pro reo", serve às mil maravilhas para proteger os bandidos que roubam para seu uso exclusivo a riqueza que devia ser de todos...

publicado por Mário Pereira às 23:53
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Sexta-feira, 16 de Março de 2012

Fait divers

Polémica na Assembleia da República, entre os "suspeitos do costume", PSD e PS, relativamente à comissão de inquérito do PBN

Estas notícias têm que ser dadas, claro. Mas trata-se das palhaçadas em que os nossos partidos políticos são useiros e vezeiros. O que conta em relação ao BPN é se, por uma vez, este desgraçado País consegue punir os bandidos de colarinho branco que nunca se cansam de nos roubar, ou se, como de costume, se faz um grande "show off" mas no final toda esta "bandidagem" se safa impunemente, com os milhares de milhões a salvo nas "offshores".

 

* * *

 

Portugal gastou 15 milhões em vacinas mas destruiu mais de metade (Lusa)

Portugal comprou dois milhões de vacinas contra a gripe A, por 15 milhões de euros, mas acabou por destruir mais de metade, que equivale a 9,7 milhões, segundo a sub-diretora geral da Saúde.

 

* * *

 

Governo gastou 160 mil euros por mês em viagens (SAPO)

Entre Junho e Dezembro do ano passado, o governo gastou mais de 1 milhão de euros em deslocações ao exterior e despesas daí decorrentes, em mais de 240 viagens realizadas por ministros ou secretários de Estado. Em média, 160 mil euros e 34 viagens por mês.

 

* * *

 

Sócrates em Paris: 'À grande e à francesa' (Correio da Manhã)

Sócrates gasta 15 mil euros/mês em Paris. O ex-primeiro-ministro que anunciou aos portugueses as medidas de austeridade que afectam hoje tanto as famílias como todos os sectores económicos nacionais, vive na capital francesa, num apartamento de luxo com renda mensal de sete mil euros. Pelo mestrado em Ciência Política paga mil euros/mês e pelo colégio do filho, quase 2200 euros/mês. Sem emprego nem poupanças que alguma vez tenha declarado ao Tribunal Constitucional, José Sócrates não sofre com a austeridade que anunciou. Será abusivo perguntar a este artista onde é que vai buscar este dinheiro? O princípio de direito "inversão do ónus da prova" pode continuar a servir para proteger bandidos?

 

* * *

 

Entretanto, a factura da electricidade pode aumentar mais 2% e o governo entretém-se a anunciar uma tolerância de ponto (só) no Natal...

publicado por Mário Pereira às 11:03
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Quinta-feira, 15 de Março de 2012

Vale Azevedo vigarizou governo britânico!

Ah! Ah! Ah!
Este gajo é um artista!
Vive num apartamento de luxo e pediu (e recebeu) apoio judiciário do governo britânico!
Isto é cómico!
Viva o português trafulha,  aldrabão e vigarista!
Os ingleses não sabem com quem se meteram!

"Governo britânico ajuda Vale e Azevedo a pagar a defesa contra extradição"
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Seguranca/Interior.aspx?content_id=2364850 
publicado por Mário Pereira às 23:28
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Nos tempos em que os estrangeiros nos invejavam...

Mas Amaro, radiante de se achar ali, numa praça de Lisboa, em conversação íntima com um estadista ilustre, perguntou ainda, pondo nas palavras uma ansiedade de conservador assustado:
— E crê vossa excelência que essas ideias de república, de materialismo, se possam espalhar entre nós?
O conde riu: e dizia, caminhando entre os dois padres, até quase junto das grades que cercam a estátua de Luís de Camões:
— Não lhes dê isso cuidado, meus senhores, não lhes dê isso cuidado! É possível que haja aí um ou dois esturrados que se queixem, digam tolices sobre a decadência de Portugal, e que estamos num marasmo, e que vamos caindo no embrutecimento, e que isto assim não pode durar dez anos, etc., etc. Baboseiras!...
Tinham-se encostado quase às grades da estátua, e tomando uma atitude de confiança:
— A verdade, meus senhores, é que os estrangeiros invejam-nos... E o que vou a dizer não é para lisonjear a vossas senhorias: mas enquanto neste país houver sacerdotes respeitáveis como vossas senhorias, Portugal há-de manter com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a fé, meus senhores, é a base da ordem!
— Sem dúvida, senhor conde, sem dúvida, disseram com força os dois sacerdotes.
— Senão, vejam vossas senhorias isto! Que paz, que animação, que prosperidade!
E com um grande gesto mostrava-lhes o Largo do Loreto, que àquela hora, num fim de tarde serena, concentrava a vida da cidade. Tipóias vazias rodavam devagar; pares de senhoras passavam, de cuia cheia e tacão alto, com os movimentos derreados, a palidez clorótica duma degeneração de raça; nalguma magra pileca, ia trotando algum moço de nome histórico, com a face ainda esverdeada da noitada de vinho; pelos bancos de praça gente estirava-se num torpor de vadiagem; um carro de bois, aos solavancos sobre as suas altas rodas, era como o símbolo de agriculturas atrasadas de séculos; fadistas gingavam, de cigarro nos dentes; algum burguês enfastiado lia nos cartazes o anúncio de operetas obsoletas; nas faces enfezadas de operários havia como a personificação das indústrias moribundas... E todo este mundo decrépito se movia lentamente, sob um céu lustroso de clima rico, entre garotos apregoando a lotaria e a batota pública, e rapazitos de voz plangente oferecendo o Jornal das pequenas novidades: e iam, num vagar madraço. Entre o largo onde se erguiam duas fachadas tristes de igreja, e o renque comprido das casarias da praça onde brilhavam três tabuletas de casas de penhores, negrejavam quatro entradas de taberna, e desembocavam, com um tom sujo de esgoto aberto, as vielas de todo um bairro de prostituição e de crime.
— Vejam, ia dizendo o conde: vejam toda esta paz, esta prosperidade, este contentamento... Meus senhores, não admira realmente que sejamos a inveja da Europa!
Excerto d'«O Crime do Padre Amaro», 1879, Eça de Queiroz
publicado por Mário Pereira às 23:02
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