Segunda-feira, 30 de Setembro de 2013

O PSD pode continuar a fazer cortes, pois então!

Perante os resultados destas eleições, constato que o PSD não só não foi varrido do mapa autárquico, como tem toda a legitimidade para prosseguir a política de empobrecimento do País.

Parece um contra-senso?

Talvez, mas não é....

É verdade que o PS ganhou e, portanto, que o PSD perdeu as eleições. Mas isso é normal, se atendermos ao facto de estarmos a meio de uma legislatura e numa época de severíssima austeridade. No total, somando os votos nas autarquias em que concorreu sozinho com os que teve em coligações, o PSD terá tido cerca de um milhão e quinhentos mil votos, contra um milhão e setecentos mil do PS. Não me parece que isto seja esmagador... Nessa medida, reafirmo que estas eleições não retiraram nenhuma legitimidade ao PSD para prosseguir nos cortes a que nos tem sujeitado, nomeadamente reduzindo os funcionários públicos, os seus salários e as reformas.

Estes resultados confirmam ainda outras coisas:

1. O PS ganhou, mas teve menos trezentos mil votos do que há quatro anos.

a) Isto significa que a maioria do portugueses não vê o PS como uma verdadeira alternativa ao PSD.

b) Mais, muita gente acha que o PS tem muita responsabilidade na enorme crise que estamos a atravessar. E não terá? Afinal, governou quase treze anos nos últimos dezoito...

2. O PCP (mais o seu apêndice) capitalizou com a crise. Como seria de esperar.

a) Há 20/25 anos, quando começaram a jorrar os milhões de Bruxelas, os portugueses convenceram-se de tinham entrado no clube dos ricos e desataram a consumir desalmadamente. Naturalmente, nesse contexto, não faria sentido continuar a votar nos comunistas, pelo que estes foram perdendo sucessivas câmaras.

b) Agora, que estamos de novo com as calças na mão, desfeito o sonho de riquezas sem fim, muitos viraram-se de novo para a CDU, como derradeira esperança perante este descalabro. Findo o sonho de se tornarem uns mini-capitalistas, muitos regressaram ao partido dos anti-capitalistas. Quando a crise passar - e, em muitos casos, quando as autarquias comunistas voltarem a equilibrar as suas contas... - , lá voltará a CDU a recuar.

3. Do CDS e do Bloco não vale a pena dizer grande coisa, já que o primeiro não passa de um apêndice do PSD e o segundo não passa de um partido de protesto... ou nem isso. Se perante uma crise destas o BE conseguiu pouco mais de cem mil votos (perdeu sessenta mil votos em relação a 2009), num universo de mais de nove milhões de eleitores (?), isso só pode significar que ou as pessoas não os compreendem ou eles não conseguem fazer passar a sua mensagem. O que vai dar no mesmo...

E pronto. Vem aí o orçamento para 2014, com mais uma carrada de austeridade, especialmente para os funcionários públicos e para os reformados, e daqui por dois anos voltaremos a votar. Os que lá chegarem. É assim a democracia...

publicado por Mário Pereira às 13:07
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Terça-feira, 20 de Março de 2012

O povo gosta de ser enganado...

Popularidade de Cavaco nunca foi tão baixa

O Presidente da República está a pagar caro o preço das suas intervenções. E já é o chefe de Estado com o menor apoio popular desde que há eleições.

http://expresso.sapo.pt/popularidade-de-cavaco-nunca-foi-tao-baixa=f712388#ixzz1pdzwVJSN

***
Popularidade de Cavaco Silva a descer

***

A «queda» de Cavaco

A popularidade do presidente da república nunca esteve tão baixa

http://www.tvi24.iol.pt/politica/barometro-popularidade-cavaco-silva-jose-socrates-ferreira-leite-paulo-portas/1099721-4072.html

 

Et cetera...

 

Conclusão: este povo não sabe o que quer.

Por um lado, quer um presidente interventivo, não quer que Cavaco faça aquilo que ele faz melhor: NADA! Nada no discurso, nada nas acções.

Ou seja, o povo não quer uma "rainha de Inglaterra".

Por outro lado, quando ele fala é criticado e a sua popularidade desce a níveis nunca vistos.

Será culpa dele, porque na verdade não diz nada com jeito, ou nossa, porque só estamos bem a criticar?...

É como com a situação de bancarrota do País: os governos (principalmente os do Sócrates, que foram os últimos) é que têm a culpa, porque gastaram à tripa-forra.

No entanto, tem sido sempre assim que se têm ganho eleições, com promessas (aliás, raramente cumpridas), com facilitismos, criando ilusões de riqueza.

Lembram-se do oásis de Cavaco, traduzido em crédito fácil para comprar electrodomésticos, carros, casas e férias?

Pois é, foi nessa altura que se desbarataram muitos milhões de Bruxelas em jipes, no lugar de tractores (na agricultura) e de barcos (nas pescas), ou em formações da treta dadas por instituições privadas sem a mínima qualidade, no lugar de uma melhor educação pública, ou em obras públicas, grandes sorvedouros de dinheiro, como o CCB, as autoestradas, a ponte Vasco da Gama e a Expo 98, por exemplo, ou mesmo em hospitais enormes, mal concebidos e pior executados, tudo isto com desvios colossais em termos orçamentais.

Portugal passou a produzir menos e a consumir mais, importando muito mais.

Mas não fazia mal, porque íamos passar a ser um País de serviços. O turismo ia ser a nossa salvação...

Este descalabro começou com Cavaco, claramente.

Quem veio a seguir continuou e aprimorou, nomeadamente passando a importar mão-de-obra em massa (muitas vezes em condições miseráveis) para as grandes obras públicas, porque os portugueses tinham "estudos" (toda a gente fazia um cursozinho de computadores...) e não queriam ser operários. 

Os bancos, que agora se armam em vítimas, dizendo com o maior desplante que foram "obrigados" a emprestar dinheiro ao Estado, invadiram os media com doses maciças de publicidade enganosa, com créditos para tudo e mais alguma coisa, incentivando as pessoas a juntar no empréstimo da casa o respectivo recheio, um ou dois carros e férias na República Dominicana. Criaram as contas ordenado (com juros) e os cartões de crédito (com juros altos). Por fim, inventaram os malfadados créditos pessoais (com juros altíssimos), para pagar os empréstimos anteriormente contraídos.

Investimentos reproduzíveis, nicles, antes consumo até à náusea e endividamento galopante, público e privado.

Todos (ou quase...) caímos nessa, convencidos de que a torneira da Europa nunca fecharia.

Portugal tinha entrado no "clube dos ricos", ponto final.

Os emigrantes ficavam embasbacados, quando cá vinham de férias. Portugal já não era o paisinho paupérrimo e atrasado que eles tinham deixado a salto vinte ou trinta anos antes.

Viu-se...

Agora, que o sonho acabou, fazemos o que é habitual em nós: arranjamos um bode expiatório. Os políticos em geral, mais concretamente os governantes, esmiuçando, o Sócrates.

Mesquinho e rancoroso como sempre foi, também Cavaco enveredou por esse caminho, exibindo os mais baixos instintos humanos, tão característicos das sociedades primitivas: quando alguém é apanhado a roubar, todos lhe atiram pedras, incluindo aqueles que também roubam. Ou, dito de outra forma, "quando alguém está em baixo, até os cães lhe mijam nas pernas".

Encontrado o culpado, que só não linchamos na praça pública porque ele se pisgou (já agora, alguém é capaz de lhe perguntar de que é que ele vive, se não trabalha e não herdou fortuna?...), lavamos as mãos das nossas responsabilidades, como se não tivéssemos nada que ver com o assunto, e sentamo-nos à espera que a crise passe.

Só que desta vez vai demorar...

publicado por Mário Pereira às 08:32
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