A recente decisão governamental de introduzir as provas finais, para alunos do 4.º ano, trouxe mais uma vez à baila a questão do facilitismo que se vive actualmente nas escolas, por oposição ao rigor de antigamente.
Desde que me lembro que oiço - especialmente aos mais velhos, mas não só - defender que o antigo diploma da 4.ª classe era praticamente equivalente a uma licenciatura dos nossos tempos, tantos e tamanhos os conhecimentos que proporcionava aos seus detentores.
Descontando o óbvio exagero desta afirmação, a verdade é que, num País com uma elevadíssima taxa de analfabetismo - como era o nosso nos malfadados tempos da "outra senhora" -, quem completava a instrução primária destacava-se muito mais daqueles que a não possuíam do que um licenciado dos nossos dias.
Em terra de cegos...
Actualmente, por serem tantos, os nossos doutores e engenheiros até são aconselhados pelo primeiro-ministro - ele próprio detentor do "obrigatório" canudo, ainda que obtido tardiamente e numa universidade privada, mas supõe-se que durante a semana... - a emigrarem.
E que mal tem?
Chama-se a isto um incentivo à exportação, que é uma coisa fundamental para podermos equilibrar as nossas contas.
E que recursos terá Portugal mais valiosos do que os recursos humanos?
Ora aí está.
A 4.ª classe era muito valiosa porque os alunos tinham que saber debitar em alta velocidade os nomes das cidades, dos rios, das serras e das linhas férreas de Portugal, que nessa época se estendia do "Minho a Timor".
Porque os reis e os respectivos cognomes e dinastias tinham que ser debitados na ponta da língua.
Porque, como não havia calculadoras - muito menos telemóveis ou computadores -, também se tinha que dominar a tabuada, recitada a cantar vezes sem fim até se saber de cor e salteada.
Já agora, também se tinha que aprender a escrever sem dar erros.
Havia professores que aplicavam dez reguadas em cada mão por cada palavra mal escrita que detectassem num ditado.
Olha se fosse agora...
Além disso, mas não menos importante, havia nas salas de aulas um retrato do Américo Tomás, outro do Carmona e outro, claro, do nosso grande líder, aquele que recentemente deu o nome a uns vinhos e a uns chouriços lá na terra dele.
Ah, e aos sábados juntava-se o maralhal todo no pátio da escola a cantar o hino nacional, na sua versão completa.
http://comunidade.sol.pt/blogs/olindagil/archive/2008/04/06/O-FIM-DA-MONARQUIA-E-A-IMPLANTA_C700C300_O-DA-REP_DA00_BLICA.aspx
Nas televisões e na internet têm aparecido alguns modelos de exames da 4.ª classe desses tempos. Aqui vai um, para quem tiver curiosidade:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151462154407588.479472.246899992587&type=1p://
A todas estas coisas damos hoje tanta importância como nada...
Mas vem tudo isto a propósito dos alemães e mais precisamente da líder deles - e nossa... -, a xô dona Angela-é-Deus-no-Céu-e-ela-na-terra-Merkel.
Então não querem lá ver que a omnipotente e omnipresente chanceler(ina) não sabe onde fica a capital da Europa Alemanha?
http://visao.sapo.pt/angela-merkel-engana-se-e-coloca-berlim-na-russia-video=f667182
http://www.publico.pt/Mundo/merkel-desloca-berlim-para-a-russia-1547974
De visita a uma escola em Berlim, foi desafiada, numa aula de Geografia, a localizar a cidade no mapa, mas apontou para território russo.
Das duas uma: ou a escola antiga da Alemanha Oriental, onde a senhora vivia antes da reunificação, não era tão rigorosa como a nossa - embora o regime fosse parecido... os extremos tocam-se -, ou lhe saiu o diploma na Farinha Amparo lá do sítio.
A gente sabe que a Alemanha sempre teve tentações expansionistas, mas ultimamente até tem estendido os seus tentáculos mais cá para estas bandas...
Enfim, seja como for, é esta a escola que temos.
E os líderes...
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