Sexta-feira, 25 de Maio de 2012

E o outro é que era Pinóquio!...

E era, mas cadê os outros?

Quando ouvi este marmanjo do Relvas dizer que não "tinha ideia" de ter recebido sms e clippings (anglicismo "fino" para designar recortes de jornal), concluí imediatamente, como é óbvio, que ele estava a mentir.

Fez-me lembrar outra triste cena de aldrabice de outro político, o Clinton, quando afirmou:

"Não TENHO nenhum caso com a menina Lewinsky".

Tecnicamente não mentiu, porque na altura JÁ não tinha um caso com ela.

Tinha tido... 

Esperteza saloia...

Agora o Relvas, quando disse que não tinha ideia também não mentiu formalmente, porque se o caso não morresse por ali podia sempre, mais tarde, alegar esquecimento.

A memória, como todos sabemos, é selectiva...

Só que, como tão bem diz a sabedoria popular, "a mentira tem pernas curtas" e "apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo".

De forma que este (ainda) ministro vai tropeçando de mentira em mentira, na tentativa desesperada (e, fosse isto um país a sério, vã) de se agarrar ao poder.

Isto é importante?

Para mim é, para os apoiantes dele, pelos vistos, não.

Só era se tivesse sido com o Sócrates.

Também os compreendo: o ex-primeiro-ministro era tão aldrabão e aguentou-se seis (6!) longos anos no poder, porque é que o Relvas, não sendo mais aldrabão do que ele (nem menos), não se há-de aguentar?

Pois 'tá claro, neste País de ciganos o exemplo tem que partir sempre do outro lado, nunca do nosso.

Aguenta-te Relvas, que enquanto o pessoal estiver entretido a dar-te bordoada, folga o Coelho!

Entretanto (um bocadinho de demagogia barata... e de dor de cotovelo), os gestores do PSI-20 ganham 44 vezes mais que os trabalhadores.

http://economia.publico.pt/Noticia/gestores-do-psi20-ganham-44-vezes-mais-que-os-trabalhadores-1545925

Em 2010 ganhavam "só" 37 vezes mais.

Ou seja, uma maneira muito nossa de repartir os sacrifícios em tempo de crise.

Na Espanha a diferença é de 24,7.

E então? Nalguma coisa teríamos que ser melhores que eles, não?

Pois claro, os nossos gestores têm mais categoria!

Oh, oh, põe categoria nisso...

Quanto aos CEO das 350 maiores empresas, recebem 231 vezes mais que a média dos seus trabalhadores!

Conclusão: isto é um País de invejosos.

Siga o baile, que ainda não batemos no fundo!

Afinal, ainda não há gente a morrer de fome.

Pois não?...

publicado por Mário Pereira às 17:05
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Quinta-feira, 24 de Maio de 2012

O mérito dos nossos grandes líderes...

Com a devida vénia, transcrevo do blogue "Viriato à Pedrada" - à pedrada era como devíamos correr com esta cambada que nos tem governado - algumas informações bem elucidativas da capacidade e preparação de Passos Coelho para governar este desgraçado País.

«Percurso profissional: Até 2004, apenas actividade partidária na JSD e PSD;

a partir de 2004 (com 40 anos de idade) passou a desempenhar vários cargos em empresas do amigo e companheiro de Partido, Engº Ângelo Correia, de quem foi diligente e dedicado 'moço-de-fretes'

Um homem que, mesmo sem ocupação profissional, só conseguiu terminar a Licenciatura (numa Universidade privada...) com 37 anos de idade!»

Quem quiser conhecer mais pormenores, faça o favor:

http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/05/curriculum-vitae-de-passos-coelho.html?utm_source=BP_recent

Já agora, espreitemos também um pouco do currículo de Miguel "Picareta Falante" Relvas, o ministro recentemente vítima de pressões por parte do "Público" (http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=50223):

Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Lusófona, em 2007 (46 anos)

"Ele já é licenciado"

(http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=304&id=37231&idSeccao=4365&Action=noticia)

PS - Se alguém conhecer o CV do Engenheiro/Pinóquio/Jeitoso/Irritadiço/Offshores/Sorbonne, para além dos aspectos já conhecidos (conclusão da "licenciatura" aos 39 anos, num domingo, numa universidade entretanto extinta devido à forma como era gerida...) agradeço que partilhe connosco. É sempre bom estudarmos a biografia dos nossos grandes líderes, gente de sucesso e de valor, para "vermos como é" que se deve fazer para aproveitar as oportunidades únicas que estão aí escancaradas à nossa espera...


publicado por Mário Pereira às 15:28
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Segunda-feira, 21 de Maio de 2012

O Marocas nunca foi gago...

Mário Soares nunca teve problemas por o seu discurso não ser coerente com a sua prática.

Como ele não se cansa de dizer (e de demonstrar - aqui há coerência...), não há nada que lhe tire o sono.

Muito menos essas minudências.

Pode-se mesmo dizer que, depois do 25 de Abril, o nosso "bochechas" inaugurou a moda (que pegou de estaca) de dizer uma coisa e fazer o seu contrário.

Como se sabe, essa cartilha passou a ser escrupulosamente seguida por todos os governantes que se lhe seguiram.

Porque os políticos acham que só mentindo é que as pessoas votam neles.

Mas a verdade é que a chamada alternância existe em todas as democracias do mundo. 

É necessário mudar de governantes de vez em quando, porque os eleitores se cansam deles.

Ou, nas palavras de Eça de Queiroz, os políticos e as fraldas devem ser mudados de vez em quando, pelas mesmas razões.

Na Inglaterra, os partidos usam um esquema para prolongar a sua permanência no poder, que é a substituição do primeiro-ministro.

Mas isso não costuma resultar.

Tem que se mudar de partido, porque essa é a essência da democracia.

Ora mandam uns, ora mandam outros.

Nas ditaturas é que mandam sempre os mesmos.

(Então, porque é que os ricos estão cada vez mais ricos, apesar de os governos serem ora de direita, ora de esquerda, enquanto o povo vai empobrecendo?)

Soares teve toda a vida um discurso de esquerda, às vezes até um tanto ou quanto radical.

São tantos os exemplos que nem vale a pena enumerá-los.

Limito-me, por isso, a enunciar um, o recente conselho a Seguro para rasgar o acordo com a troika.

Além dele, só o PCP ou o BE é que se atreveram a dizer coisa parecida. 

Pela simples razão de que são partidos de protesto, não de poder.

Mas se por acaso ganhassem as eleições, não tenho dúvidas de que também não o fariam.

Também eles, inevitavelmente, entrariam no rol dos que dizem uma coisa e fazem outra. 

Quanto à prática soarista, relembre-se o socialismo na gaveta, o caso do fax/aeroporto de Macau, a fundação financiada pelo Estado, aquela história obscura dos diamantes de Angola, as centenas (milhares?) de viagens como presidente da República, nomeadamente às Seychelles, ou a arrogância com que gosta de tratar os agentes da autoridade.

Apesar destas incongruências, não se resguarda, intervém sempre que acha oportuno, sujeitando-se às (muitas) críticas.

Consciente de que já alcançou na vida tudo o que podia alcançar, nada teme.

Do alto da sua posição de senador vitalício, sabe que nada de mau lhe pode acontecer.

É, de certa forma, inimputável.

Devemos, por isso, relativizar as suas declarações...

Irónico, não é?

Não o devemos levar a sério porque, estando retirado, ele pode-se dar ao luxo de dizer o que lhe vai na cabeça, sem recear as consequências.

Quanto aos outros, também não os devemos levar a sério porque, estando no activo, dizem o que acham que nós queremos ouvir e fazem depois o contrário.

Desde Durão Barroso, com a desculpa de que "isto" está pior do que eles pensavam.

Mas se não fosse essa, facilmente arranjariam outra.

Porque aldrabar-nos (e roubar-nos) está-lhes na massa do sangue.

publicado por Mário Pereira às 15:09
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Sexta-feira, 18 de Maio de 2012

É a solidariedade, estúpido...

Muitos dos nossos comentadores, políticos, jornalistas, economistas, especialistas e outras palavras acabadas em istas – alguns socialistas, mas não comunistas... – não se têm cansado de repetir a cassete de que nós não somos iguais à Grécia.

Esquecem-se que, antes desta crise, a Grécia também não era igual à Grécia, se é que se pode dizer isto.

Ou seja, os Gregos também eram um povo pacífico, antes de os grandes da Europa, a mando das agências de rating – por sua vez a mando dos verdadeiros senhores do Mundo, os capitalistas –, os terem começado a tratar como se fossem uma cambada de caloteiros, calaceiros, arruaceiros e outras palavras acabadas em eiros.

Que lá os há, há.

É como cá.

Mas esta estratégia, que vem desde o início da crise – não esqueçamos que os irlandeses, primeiro, e os espanhóis, depois, também o disseram relativamente a nós... –, é completamente errada e estúpida, porque não dizê-lo?, por duas razões:

1. Porque ao querermos distanciar-nos dos Gregos, como se eles tivessem lepra, estamos a legitimar idêntica atitude por parte dos outros em relação a nós.

Ou seja, aceitamos que o que se deve fazer é castigar os países com défice excessivo, em vez de os ajudar.

2. Mas principalmente porque, ao fazermos isto, estamos a esquecer-nos de uma palavra que deveria ser a base de toda a construção europeia: SOLIDARIEDADE!

Nas sociedades modernas – talvez menos do que nas mais "atrasadas"... – esta palavra não pode ser vã, porque é a base da própria civilização, em última análise o que nos distingue dos animais, que deixam sem remorsos morrer os mais fracos.

Querer construir uma União Europeia desta forma, deixando cair – mais, empurrando para o abismo – os pequenos países, com economias mais frágeis, logo na primeira crise a sério, é dizer claramente que tudo isto só foi feito porque os mais fortes queriam um mercado aberto, para poderem escoar os seus produtos.

Nesta "construção europeia" fica então reservado para os mais fracos o papel de "embrulho" de entrar essencialmente por dois motivos: como consumidores e como criados.

Consumidores, porque obviamente compramos os produtos tecnologicamente desenvolvidos dos mais ricos.

Criados, porque estando nós no Sul, onde o sol e as praias – que os nórdicos adoram – abundam, ficamos condenados a trabalhar no turismo, na hotelaria, na restauração, construindo e cuidando de fantásticos campos de golfe – onde a grande maioria de nós nunca jogará e que consomem milhões e milhões de litros de água, que é um bem cada vez mais escasso –, para que os nossos "senhores" do Norte venham quando quiserem gozar umas belas e merecidas férias.

Não temos outros produtos que possam ser competitivos no mercado comum europeu, porque tecnologia é coisa que pouco "nos assiste" e quanto aos nossos produtos tradicionais, baseados nos baixos custos de produção, os chineses encarregaram-se de dar cabo deles sem qualquer dificuldade, com a sua produção de artigos de baixa qualidade, produzidos por uma mão-de-obra quase escrava.

Isto porque os iluminados dos alemães, mas também os franceses, lhes abriram o nosso mercado, para em troca poderem entrar no imenso mercado chinês com os seus automóveis e não só – mas também...

Claro que nós também temos muitas culpas no cartório, principalmente porque não aplicámos correctamente os fundos comunitários.

A corrupção e as grandes obras públicas foram uma constante neste País desde a nossa entrada na CEE.

A poupança rapidamente desapareceu dos nossos hábitos, cedendo o lugar a uma ânsia desenfreada de consumo.

As remessas dos nossos emigrantes caíram drasticamente, reflectindo um novo tipo de perfil de emigrante português, agora já não interessado em amealhar o máximo possível para um dia regressar à pátria, mas sim em ficar junto dos seus nos países de acolhimento.

Só que a hora não é de ajustar contas, mas sim de lutar contra a crise.

Vencida esta, aí sim, será tempo de ajustar contas com o passado.

Não para punir aqueles que consumiram desbragadamente, mas sim para de uma vez por todas eliminar os défices monstruosos criados em anos a fio de ilusão de riqueza, ajustando e equilibrando definitivamente o deve e haver da criação de riqueza.

É que tão culpados foram os que compraram mais do que a sua riqueza lhes permitia, como os que lhes venderam tudo e mais alguma coisa, principalmente porque até lhes emprestaram o dinheiro para isso.

publicado por Mário Pereira às 14:35
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Terça-feira, 15 de Maio de 2012

Qual campeonato, desconto no enterro é que é!

 

É tão comovente quanto apropriado uma joint venture em torno deste slogan. Uma florescente prosperidade para esta simpática empresa, é o que mais desejo.
http://sporting.blogs.sapo.pt/

 

Para alguns, este acordo da direcção da lampionagem com uma funerária, para garantir descontos aos sócios nos respectivos funerais, parece surreal.

Para mim não.

Na verdade, há muito que parece que aquela gente vive noutro mundo.

Trata-se portanto de oficializar a coisa.

Senão, vejamos: passam a vida a dizer que são o melhor clube do mundo e perdem campeonatos atrás de campeonatos.

Passam a época a dizer que não falam de arbitragens (enquanto vão à frente) e assim que perdem a liderança não fazem outra coisa senão dizer que a culpa é dos árbitros.

Dizem que o Pedro Proença não presta, tendo-lhe até já um adepto partido os dentes, quando ele é "só" o árbitro que vai apitar a final da Liga dos Campeões.

Dizem que o Olegário não presta porque os prejudicou uma vez, quando esta "ave rara" já prejudicou o Sporting sete ou oito vezes (os jogos que apitou).

Acresce que estes dois árbitros são adeptos do clube de Carnide, ou seja, nem os seus trata bem...

Há sete anos ganharam o campeonato graças à arbitragem e não se importaram nada com isso (até se riram muito), mas quando perdem são uns autênticos Calimeros.

Todos os anos gastam milhões em aquisições, para nada.

Contrataram  um treinador sem currículo e em final de carreira, mas apesar disso aceitaram que ele pusesse no contrato uma cláusula de rescisão milionária, só porque na altura em que o foram buscar "constou" que o Porto também o queria (onde é que eu já vi este filme, é um clássico do Pinto da Costa, mas esta gente não aprende).

De maneira que não o podem despedir.

Um dia, quando o Vieira deixar a presidência da lampionagem, vamos saber qual é verdadeiramente o seu passivo.

Para já, os números oficiais dizem que é mais ou menos igual aos do Sporting e do Porto juntos, mas a comunicação social prefere dizer que o Sporting é que está falido...

Vivem agarrados ao passado, uma espécie de fidalgos falidos, sempre com a mania das grandezas, apesar de terem ganho a Taça dos Campeões há mais de 50 anos!

Continuam a dizer que o Eusébio é o melhor jogador português de todos os tempos, apesar de já ninguém se lembrar de o ter visto jogar e de termos um Figo ou um Cristiano Ronaldo.

A comunicação social faz-se eco destes e de outros disparates porque acha que as pessoas os querem ouvir.

Por seu lado, as pessoas acreditam nisto porque a comunicação social o diz.

E andamos nisto, com três campeonatos ganhos nos últimos 20 anos, contra 14 do Porto, 2 do Sporting e um do Boavista.

Surreal? Ná.

Afinal, este povo não está ainda à espera que, numa manhã de nevoeiro, apareça por aí o D. Sebastião para salvar a nação?

Como já disse, esta coisa dos descontos nos enterros é uma boa notícia para os sócios do clube da gaivota.

Se bem que não é "a" grande notícia.

Terminado mais um campeonato com o resultado do costume, renova-se a esperança.

Para já, enquanto não começa uma nova época, vamos ter o órgão oficioso (ou oficial?) dos lampiões (a Bola, pois claro!), a oferecer-nos manchetes diárias de grandes aquisições, jogadores dos quais nunca ninguém ouviu falar, mas que, da noite para o dia, se transformam nos maiores craques à face da Terra.

Entretanto, toda a nação encarnada anseia pela verdadeira grande notícia, que é, evidentemente, a venda do Hulk!

Já no ano passado ficaram radiantes com a venda do Falcão e apesar disso voltaram a perder, mas, caramba, afinal a esperança é verde vermelha!
Apetece-me dizer: "coitados", mas depois lembro-me de que sou do Sporting...

publicado por Mário Pereira às 22:35
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Segunda-feira, 14 de Maio de 2012

Ainda os alemães...

Alguns dos comentários ao post "Alemães: estúpidos ou hipócritas?..." demonstram que os seus autores não o leram.

Terão ficado pelo título. 

Ou então tresleram.

Houve quem chamasse aos portugueses (em última análise, a eles próprios...) tugas, indisplinados, incultos, calaceiros e corruptos. Ao País, piolheira e choldra, entre outros mimos.

Enfim, a típica maledicência portuguesa, à qual, como bom português que pretendo ser, também não escapo de vez em quando. 

O nosso problema não é falta de trabalho, porque segundo as estatísticas (basta googlar e os resultados saltam à vista...) os portugueses trabalham mais do que os alemães.

Os milhões de portugueses da diáspora também o comprovam desde há muito.

O nosso problema foi há muito (mil anos antes da própria nacionalidade) claramente identificado pelos romanos: "Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar".

Ou seja: o nosso problema é essencialmente a (falta de) organização.

Somos excelentes a desenrascar, péssimos a organizar.

Um exemplo, entre tantos possíveis: alcatrocar uma estrada e passado pouco tempo parti-la toda para fazer o saneamento. É novidade para alguém?

Claro que a par disto existe, profundamente enraizada em nós, a cultura da cunha, do favorecimento e do compadrio.

A promiscuidade entre a política e os negócios.

Perante a total inoperância da justiça e a facilidade de corromper os detentores de cargos públicos, a(s) mafia(s) portuguesa(s) nem precisa(m) de utilizar métodos violentos.

Trata-se de um "polvo" à portuguesa, de brandos costumes.

Mas que nem por isso movimenta valores menos significativos.

Senão, vejamos esta notícia do DN, do passado dia 29 de Abril, relativa ao BPN:

"A fraude que pode atingir 8,3 mil milhões"

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2447021&page=-1

E agora, só por curiosidade, comparemo-la com esta, também do DN, do dia 15 de Junho de 2009:

"Constâncio: fraudes no BPN são inferiores a mil milhões"

http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1263080&especial=BPN&seccao=ECONOMIA

Palavras para quê? Cada um que tire as suas conclusões...

Claro que o Cavaco não tem nada que ver com isto. Os burlões terão sido Oliveira Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima ou Arlindo Carvalho, para só referir os mais conhecidos.

Mas lá diz o ditado: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és"...

Voltando à vaca fria (para alguns mais propriamente uma vaca sagrada), a toda poderosa Alemanha: em lado nenhum afirmei que não devemos pagar as dívidas, ou que os alemães devem continuar a financiar o nosso nível de vida.

O que afirmo é que é necessário dar condições a quem deve para que possa pagar. Sob pena de entrar em bancarrota...

E também digo que a União Europeia deveria ser um espaço de solidariedade e não apenas um mercado comum, que obviamente favorece as economias mais fortes e em que os mais fracos apenas entram se tiverem dinheiro para comprar...

Com o desmantelamento diário das nossas empresas, com o avolumar do desemprego e o aumento contínuo dos impostos, está visto que não vamos lá. 

Segundo a teoria económica denominada "curva de Laffer", a cobrança de impostos, ao atingir um nível demasiado elevado, contrai de tal forma a economia que leva a uma diminuição das receitas. 

Uns dizem que já chegámos a esse ponto.

Outros que ainda não, mas quase.

A ver vamos, como diz o cego.

Na certeza, porém, de que o pior cego...

Pois.

publicado por Mário Pereira às 16:22
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Sexta-feira, 11 de Maio de 2012

Alemães: estúpidos ou hipócritas?...

Schäuble diz que zona euro está em condições de suportar saída da Grécia

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou hoje, em entrevista ao jornal Rheinische Post, que a zona euro "está mais resistente" e tem condições para suportar uma saída da Grécia da moeda única.
http://noticias.sapo.pt/economia/artigo/schauble-diz-que-zona-euro-esta-_3658.html

Portugal deixou de produzir para se tornar um país de serviços.
De turismo, dizia-nos Cavaco enquanto destruía alegremente o nosso tecido produtivo em troca dos milhões que nos chegavam diariamente da Europa.
Hoje, foram-se os milhões e a produção.
Estamos pobres de novo, como preveria facilmente qualquer um que não se tivesse deixado cegar pelos ditos milhões.
Porque o pior cego é o que não quer ver.
A Grécia é o país da Europa que mais gasta em armas per capita, comprando principalmente à Alemanha (submarinos e tanques) e à França (helicópteros e fragatas), precisamente os países que mais os têm pressionado para reduzirem as despesas. 
Mas que não quiseram que eles devolvessem as fragatas e os submarinos. 
Porque "os contratos são para cumprir".
Excepto os contratos com as pessoas. 
Corta-se então despesas nas prestações sociais e nos salários.
A indústria das armas é uma das maiores vergonhas das nações desenvolvidas, democráticas e humanistas.
Com essas armas, tem o ocidente enriquecido.
A Rússia e a China também, claro. 
Mas não são democracias, nem desenvolvidos, muito menos humanistas.
Com essas armas, têm-se os países subdesenvolvidos chacinado entre si, em guerras fratricidas que apenas os têm empobrecido.
À excepção, claro, das elites dirigentes, que negoceiam alegremente com as potências "humanistas" a compra dessas armas, em troca das enormes riquezas dos seus países.
Essas elites exploram muito mais os respectivos povos do que alguma vez "nós" fizemos.
Quando toda a Europa estiver falida, quero ver para onde é que a Alemanha exporta. 
Custa muito ver isto?...
publicado por Mário Pereira às 11:05
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Terça-feira, 8 de Maio de 2012

Casa onde não há pão...

Por estes dias o que mais vemos é gente de todos os quadrantes a apontar o dedo aos supostos responsáveis por este (pré) caos a que chegámos.

Tão facciosos são os que dizem que o “bochechas” tem a culpa de tudo (ressabiamentos dos tempos da descolonização, quase sempre), como os que dizem que a culpa é do PSD e do CDS (se calhar queriam que o PS governasse ad aeternum).

Uns e outros não conseguem ver, porque o impede as lentes cor-de-laranja ou cor-de-rosa com que teimam em observar a realidade, que o PS e o PSD são as duas faces da mesma moeda.

Quanto ao CDS, é uma mera muleta de que o PSD dispõe quando não tem maioria, vantagem de que o PS não beneficia em idênticas circunstâncias. Os dois partidos mais à esquerda, por não o quererem, não contam para a governação. Assim, estamos "condenados" a uma alternância PS/PSD.

Estamos todos fartos de saber que estes dois partidos têm um discurso na oposição e uma prática muito diferente na governação. Na oposição, dizem o que acham que as pessoas querem ouvir, contestam, "opõem-se", numa palavra. Ah!, e prometem mundos e fundos. No poder, fazem tábua rasa das promessas e submetem-se a dois poderes, um interno e outro externo.

Cá dentro, manda o "grande capital", expressão irremediavelmente associada à "cassete" comunista, mas que nem por isso deixa de reflectir a realidade. Bancos e grandes empresas, nomeadamente de construção, tendo como muletas os grandes escritórios de advocacia, têm ganho muitos milhões com as parcerias/promiscuidades estabelecidas com o Estado.

Estes escritórios de advogados representam (bem) o "grande capital" e (mal) o Estado, sendo muitas vezes responsáveis pela elaboração de leis cheias de buracos, à medida dos interesses dos poderosos e altamente lesivas do interesse geral.

O poder económico e financeiro tem subornado desavergonhada e impunemente o “poder político” e obtido lucros colossais à custa do irremediável empobrecimento do País. Isto acontece tanto com o PS como com o PSD/CDS. As diferenças entre uns e outros manifestam-se habitualmente ao nível da semântica, ou em questões como o aborto e os gays (resolvida a questão do casamento, espera por melhor oportunidade a da adopção).

Por vezes, vêm os saudosistas dos tempos da "outra senhora" afirmar que dantes não havia nada disto. Para estes, não seria mau verem o documentário que a RTP 2 passou recentemente às duas da manhã (!), chamado "Os donos de Portugal".

Artigo de opinião do i:

http://www.ionline.pt/opiniao/os-donos-portugal

links do documentário:

http://www.donosdeportugal.net/

http://vimeo.com/40658606

Descontada a visão parcial dos bloquistas responsáveis pelo documentário (chamem-lhe facciosismo, se quiserem...), vale mesmo assim a pena vê-lo e reflectir um bocadinho sobre os factos lá relatados.

Ah!, já me esquecia do outro poder, o externo. Aquele que, desde sempre e não apenas após a nossa entrada na CEE, faz dobrar a espinha aos nossos governantes. Trata-se do poder dos países mais fortes, historicamente a Inglaterra, a França, a Alemanha, mesmo a Espanha, pela sua proximidade e, fora da Europa, acima de todos, os EUA.

Este poder tem também muito (muitíssimo!) que ver com capital e finança. Aliás, tem essencialmente que ver com isso. Soa a "cassete"? Paciência. Também a palavra "camarada" e nem por isso estamos impedidos de a utilizar.

Quanto à palavra “democracia”, trata-se, mais do que de um formalismo, de um autêntico logro, já que para o “capital” é indiferente que governem estes ou aqueles.

A todos submete, a todos corrompe.

 

publicado por Mário Pereira às 11:34
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