Sábado, 29 de Setembro de 2012

A última bacorada do pavão Borges

O Borges/Sachs mandou mais uma bacorada. Desta vez, chamou COMPLETAMENTE IGNORANTES – aos berros e a deitar espuma pela boca – aos empresários que discordaram da TSU. Quanto à medida em si – transferência de mais de dois mil milhões de euros directamente dos bolsos dos trabalhadores para os cofres as empresas –, considerou-a «extremamente inteligente». E concluiu: «esses empresários não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas».

Como conselheiro-mor do Passos «deserto-de-ideias-e-conhecido-aldrabão» Coelho, esta medida é provavelmente dele. Portanto, relativamente à sua modéstia, estamos conversados.

Mas o problema não é esta cigarra pensar o que pensa. É, sim, o nosso primeiro ter-lhe oferecido este tachão, «consultor para as privatizações», que lhe permite ganhar muito mais do que se fosse ministro, sem ter que se sujeitar ao escrutínio popular. Caso contrário, ninguém lhe ligava. Assim, não só nos vai esbulhando dia após dia, com as privatizações a preço de saldo que faz e com os tenebrosos conselhos que dá ao primeiro-ministro, como ainda por cima nos insulta de cada vez que abre o bico. Porque é sabido que, cada vez que este pavão fala, ou entra mosca ou sai asneira.

Mas afinal, quem é esta aventesma? Senhor de um vasto currículo (pois 'tá claro!), andou muitos anos lá por fora, mas, talvez por os seus muitos patrões lhe terem feito como o FMI, que correu com ele por incompetência, ou simplesmente para também ele poder ter uma reforma dourada à nossa custa, infelizmente agora somos nós que temos que o gramar.

Para quem questiona como é que, com tantos economistas conceituados, o nosso país se encontra nesta miséria, a resposta só pode ser que foram precisamente esses «ilustres» os principais responsáveis pelo estado a que chegámos. Gente como Borges, Cavaco, Constâncio, Catroga, Braga de Macedo, João Salgueiro, Nogueira «Pira-te» Leite, Mexia, Bagão Félix, Daniel Bessa, Oliveira «BPN» Costa, Campos Cunha, Manuela Ferreira Leite, Miguel Beleza, Horta Costa, Augusto Mateus, Patinha Antão, Cadilhe, Pina Moura, Frasquilho, Tavares Moreira, Passos Coelho, o Álvaro e o Gasparzinho, sem esquecer Silva Lopes e… Medina Carreira, já passou pelo governo. Ricardo Salgado é banqueiro... E outros, como Vítor Bento, César das Neves ou João Duque, são comentadores habituais na comunicação social e/ou conselheiros dos nossos governantes. Sem esquecer, por exemplo, Francisco Louçã, também ele um ilustre professor de economia. Toda esta gente foi ou continua a ser, obviamente uns mais que outros, responsável pela situação em que nos encontramos.

E depois, para citar o ilustre professor Marcelo, quem se lixa é o... pois.

publicado por Mário Pereira às 21:45
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Terça-feira, 25 de Setembro de 2012

Porque será que os políticos não têm familiares desempregados?...

Na Inglaterra escolhe-se o governador do banco central por concurso.

Cá, nem no Banco de Portugal, nem em nenhum dos lugares de topo do sector público.

Aliás, mesmo nos lugares sem ser de topo do sector público, para os quais a lei obriga a efectuar concurso público, todos sabemos que entra quem tem cunhas. Ou seja, os concursos são ALDRABADOS.

Quanto ao sector privado, também a malta das cunhas tem prioridade no acesso, mas aí o problema é do patrão.

Numa altura em que o desemprego no nosso país atinge valores tão elevados, não conheço nenhum familiar de político que esteja nesta difícil situação.

E você?...

publicado por Mário Pereira às 16:15
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Demagogias...

Há crianças em risco de vida porque os pais não têm dinheiro para os vacinar contra a meningite.

Esta vacina pode custar 300 euros:

 

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=589890&tm=8&layout=122&visual=61

 

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/saude/ha-criancas-sem-vacina-contra-meningite-devido-a-preco

  

Não sei quanto custaria ao Estado incluir a vacina da meningite no Plano Nacional de Vacinação, como não sei quanto custa oferecer a vacina da gripe a todos os velhos, incluindo aqueles que a podem perfeitamente pagar.

Mas desconfio que se os governantes e os deputados baixassem os seus ordenados em trinta por cento, como fez Hollande na França, era capaz de dar, pelo menos, para pagar essa vacina às famílias mais pobres.

A isto se chamaria estado social, a isto se chamaria solidariedade.

Reparem que nem sequer falei em cortar nos assessores, ou nas mordomias, mas apenas em aplicar às cigarras que nos (se!) governam um bocadinho da austeridade a que nos sujeitam sem fim (nem resultados) à vista...

publicado por Mário Pereira às 15:40
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Quinta-feira, 20 de Setembro de 2012

Política (rasca) à portuguesa

Sexta, 7 – Demonstrando uma minúscula imaginação e um – isso sim – enorme desprezo por quem o pôs “lá”, o governo decide que os trabalhadores é que devem financiar as empresas. Mata assim dois coelhos – infelizmente, nenhum é o “tal”… – com uma cajadada:

  1. Diminui a TSU, para ajudar as empresas, que precisam urgentemente de financiamento e não o conseguem encontrar junto de quem supostamente o deveria prestar – os bancos;
  2. Aumenta os impostos sobre os trabalhadores, com o objectivo, há muito confessado pelo todo-poderoso – e muito bem pago – consultor Borges/Sachs, de baixar os seus rendimentos, para que o consumo continue a diminuir e, desta forma, a economia “ajuste” mais rapidamente.

Sábado, 15 – O roubo é de tal forma escandaloso que os portugueses saem finalmente da sua letargia e vão para a rua protestar em massa.

Domingo, 16 – Oportunista, como sempre, Portas aproveita para dar uma facada nas costas do primeiro-ministro. Querendo o melhor de dois mundos, manifesta-se solidário com o povo espoliado, sem no entanto largar o “tacho”.

Demonstrando inequivocamente a massa de que é feito, Passos Coelho manifesta em privado a sua vontade de desistir e abandonar o barco. Desesperado, o Relvas tenta demovê-lo ("ainda não tive tempo para roubar reestruturar o que queria, espera mais uns meses..."). Mais uma vez mostrando ser um homem de convicções profundas, Passos volta a mudar de intenção.

O PSD convoca então duas reuniões: uma para segunda, 17, e outra para quarta, 19. O país espera, ansioso. Será o fim da coligação?

A montanha pariu um rato. O resultado das duas reuniões é a solicitação ao CDS de uma... reunião.

Quinta, 20 – O CDS aceita imediatamente a reunião com o PSD.

(Entretanto, meio assustado com a reacção maciça e – para eles – inesperada do povo português, o ministro das finanças alemão recebe o seu aluno dilecto, o Gasparzinho, e tenta convencer-nos de que o nosso descredibilizado ministro das finanças continua a ser o homem certo no lugar certo...)

Sexta, 21 – O “prusidente da junta” reúne o Conselho de Estado, para tentar compreender o que se passa, apesar de a maioria dos conselheiros já se ter manifestado publicamente. A verdade é que, seja por ter uma compreensão “ao retardador”, por considerar esta crise menos grave do que o célebre estatuto político-administrativo dos Açores, ou por concordar com esta medida do governo, Cavaco tem-se mantido de boca fechada.

Do mal, o menos: assim não entra mosca, nem sai merda asneira… 

publicado por Mário Pereira às 14:37
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Segunda-feira, 17 de Setembro de 2012

Merkel: é fácil falar de barriga cheia

«Merkel faz finca-pé: austeridade é o único caminho»

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/merkel-austeridade-crescimento-crise-alemanha-europa/1347209-1730.html

 

Se eu chegar à conclusão de que o meu cão está gordo, facilmente resolvo esse problema. Forço-o a uma dieta! Se for preciso, até sou capaz de estar três dias sem o alimentar, que não me custa nada. 
Agora, se eu chegar à conclusão de que estou gordo, já é mais difícil. 
Assim está a gorda Merkel. 
Se recuarmos umas décadas, até ao tempo do (provavelmente) ídolo dela Hitler, e à tentativa dele de eliminar as pessoas fracas e doentes e os judeus, a ideia original talvez tivesse - não tinha, mas admitamos que sim... - algum sentido: relativamente aos primeiros, libertar a sociedade de pessoas inúteis e que só consumiam tempo e dinheiro; quanto aos judeus, lutar contra o seu domínio da economia alemã e europeia. 
O problema é que há coisas que não se fazem, porque são cruéis e desumanas. E é isso que a Merkel está a fazer com Portugal, salvas as devidas distâncias. Aqui, os gordos (leia-se os políticos e os ricos) safam-se sem grandes problemas. O pior são os milhões de pobres, velhos e doentes que cada vez estão mais na miséria, porque já antes da crise estavam bastante mal... 
À gorda Merkel, uma dietazinha - digamos, a perda de uns cinquenta quilitos... - não só não fazia mal nenhum, como até fazia bem. 
Agora, para quem antes da dieta já pesa menos de cinquenta quilos é que é uma gaita...

publicado por Mário Pereira às 13:24
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Sábado, 15 de Setembro de 2012

Objectivo da troika: empobrecer o país

Ao contrário do que muita gente diz, a troika e o FMI - que tem feito coisas destas por todo o mundo - normalmente atingem os seus objectivos. 

A questão é que esses objectivos - obrigar os países devedores a pagarem as suas dívidas... com juros bem altos - passam obrigatoriamente por baixar o nível de vida das pessoas

E porque é que eles querem que as pessoas ganhem menos? Simples, porque assim reduz-se o consumo e sobra mais dinheiro para se pagar aos credores. É mais fácil e, principalmente, mais rápido do que as alternativas, que são duas: prolongar a dívida no tempo, diminuindo assim as prestações, ou aumentar a produção do país, de forma que este consiga pagar mais depressa. 

Na perspectiva da troika, esta redução dos salários impõe-se sobretudo na Função Pública, uma vez que são as despesas do Estado que se querem reduzir.

Mas relativamente ao sector privado, claro, também dá jeito. Como a qualidade média dos gestores das nossas empresas deixa muito a desejar, a única forma de aumentar a competitividade destas é reduzir os custos de produção. Ora, como os impostos e a energia são sagrados - ou melhor, podem ser mexidos... desde que para cima -, resta actuar sobre o lado mais fraco, os desgraçados dos trabalhadores. 

Para a troika, portanto, tudo está no bom caminho. 

Resta saber se, para o povo português, estas manifestações de hoje foram um acto isolado ou apenas o início do acordar de um longo torpor.

Porque uma coisa é certa: se o povo continuar a ser mole, o governo, guarda avançada da troika e dos grandes poderes económicos, vai continuar a carregar...

Se a era do consumismo, do oásis, da democracia de sucesso medida pelo número de electrodomésticos de cada um, do triunfo do individualismo medido pelo tamanho da casa, do modelo do carro, do exotismo do sítio em que cada um passou as suas férias, tudo pago com recurso a créditos ilimitados impingidos pelos bancos, se tudo isso acabou, não resta às pessoas outra possibilidade que não seja deixarem de se comportar como indivíduos, cada qual para si, e unirem-se em defesa das poucas conquistas que ainda não perderam e da recuperação das muitas que já lá vão. 

Foi isso que hoje se viu nas muitas manifestações que ocorreram pelo país fora, com gente de todos os sectores da nossa sociedade. Gente do público e do privado, gente activa, desempregada e reformada, gente com salários em dia e em atraso, gente com salários altos e baixos, gente com licenciaturas e sem elas, gente de esquerda e de direita... 

A nossa paciência chegou ao fim. A credibilidade deste governo acabou de vez. Agora, outras manifestações terão que acontecer. Provavelmente, terão também que ser convocadas algumas greves.

As principais conquistas da humanidade não se fizeram sem luta. O próprio 1.º de Maio, este ano estranhamente comemorado, entre nós, num misto de frebre consumista e de corrida desesperada aos alimentos, teve origem - é bom que não o esqueçamos - numa luta dos trabalhadores por melhores condições laborais. Essa luta foi duramente reprimida, por parte da polícia e dos patrões, e teve como consequência um elevado número de vítimas.

O sacrifício dessas vítimas não foi, felizmente, em vão.

Esperemos que desta vez não seja necessário ir tão longe.

publicado por Mário Pereira às 20:56
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Quinta-feira, 13 de Setembro de 2012

Afinal, de quem é a culpa?

O Sócrates tem culpa, não só pelo que mamou mas, principalmente, pelo que deu a mamar. Isto é uma evidência, mas às vezes parece que as pessoas se esquecem. Por muito mamão que ele fosse, sozinho não conseguia fazer o rombo que fez nas nossas contas.

A própria União Europeia também tem culpa, porque mandou gastar, para evitar que a economia entrasse em recessão, na sequência (ainda se lembram?) da crise provocada pelos bancos e outros especuladores parasitas e mafiosos do mundo financeiro, de que o sub prime americano foi o detonador.

Mas voltando aos culpados cá do burgo, a responsabilidade maior do Sócrates foi não ter conseguido enfrentar os lóbis poderosíssimos que efectivamente têm mandado no país e que, de tão vorazes que são, acabaram por secar a teta do Estado. 

Actualmente, a dificuldade do Passos em conter a despesa parece que também reside sobretudo aí. De acordo com o preto que chefia a troika, 40 por cento do nosso orçamento vão para a protecção social, 20 por cento são salários e os restantes 40 por cento são custos de funcionamento e despesas de capital.

Sendo assim, e ao contrário do que às vezes se diz por aí, quando se afirma que a maior parte da despesa do Estado é com salários, há aqui margem de manobra, nomeadamente no terceiro item, que os dois primeiros já foram abundantemente "sangrados".

Ora, se fizermos um esforço de memória, verificaremos que as promessas do PSD antes de "lá" chegar eram essencialmente de cortes nas gorduras (fundações, institutos, PPP, rendas excessivas...).

Mas o tempo passa e, quanto àquilo que interessa, enfrentar os interesses dos poderosos, nada.

Sendo assim, também se poderão considerar culpados estes que lá estão agora, certo?

Até porque é bem possível que, quando também eles forem corridos, ainda acabem por se encontrar com o Sócrates em Paris... Quanto mais não seja, para ver se estudam alguma coisa a sério na p*t* da vida deles...

publicado por Mário Pereira às 15:18
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Terça-feira, 4 de Setembro de 2012

Sou a favor das touradas...

… Na mesma medida em que sou a favor do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo ou da adopção de crianças por casais homossexuais: por TOLERÂNCIA!

Para mim, cada um que faça o que quiser, desde que não prejudique os outros.

Assim como os abortos sempre se fizeram, apesar da anterior lei prever a punição das mulheres que os fizessem – os perigos é que eram muito maiores, assim como os negócios… –, também a homossexualidade sempre existiu (talvez apenas mais escondida). Quanto aos direitos das crianças, o que não falta são crianças maltratadas pelos seus próprios progenitores.

Quanto aos defensores dos animais, se quiserem têm muito que fazer. Desde os animais que vivem em jaulas nos zoos, passando pelos que são amestrados, muitas vezes com extrema violência, para as criancinhas (e os adultos) apreciarem as suas habilidades, pelas lojas que vendem animais de estimação para ter em casa, pelos energúmenos que compram um cachorrinho porque lhe acham muita graça, mas que depois, quando ele começa a mijar, a cagar e a destruir tudo o que apanha à frente, o abandonam em qualquer lado, até aos animais que são criados para alimentação humana, em aviários e pecuárias sem um mínimo de espaço, nem condições.

E não me venham com a treta de que precisamos de comer carne ou peixe, porque isso é mentira. Há muita gente que não os come e consegue viver de perfeita saúde. Isso, sim, é um sinal claro da bestialidade humana, criar animais – em espaços ínfimos, quantas vezes com alimentação inadequada e cheios de medicamentos – para nossa alimentação.

Quanto à actividade tauromáquica – e não tauromática, como muitos ignorantes, alguns jornalistas, dizem –, para quem não sabe, é uma actividade que dá emprego a alguns milhares de portugueses, desde os que tratam dos touros e dos cavalos até aos que confeccionam as roupas dos toureiros e cuidam das praças... Movimenta mais de vinte milhões de euros por ano, em Portugal.

Os touros de lide são uma espécie que se extinguirá inevitavelmente no dia em que as touradas acabarem, pois não têm valor comercial. A não ser, claro, que os coloquem nos tais zoos, para deleite das pessoas “civilizadas”.

Os touros (apenas são toureados os machos) são lidados com quatro ou cinco anos e, de facto, passam por uns 10 ou 15 minutos de algum sofrimento, ainda que a sua pele seja bastante grossa (é dela que se fazem os sapatos). Se falo neste pormenor da pele, não é para desvalorizar as farpas que lhes espetam, que também me parecem um tanto ou quanto bárbaras, mas apenas para referir que são absurdas e demagógicas as imagens (montagens) que mostram pessoas aparentemente espetadas e cheias de sangue, para chocar e demonstrar a crueldade daqueles actos. A juntar a esse quarto de hora, há que somar as horas seguintes, até o touro ser morto. Os quatro ou cinco anos que estes animais vivem são gozados em total liberdade, em campos vastos e com alimentação garantida. Em condições, portanto, que a esmagadora maioria dos animais que as pessoas adoram comer nem sonham, se é que tal é possível a animais irracionais…

Os seres humanos são os animais mais cruéis, destrutivos e gananciosos que a Natureza criou. Nenhum outro animal, para além do Homem, passa fome nas condições naturais de vida. A fome é possível, sim, em caso de doença, ferimento grave ou catástrofe natural, mas nunca, como no caso dos humanos, acontece haver alguns (muitos!) a passarem fome e outros a morrerem com excesso de fartura, passe o pleonasmo.

Enquanto os homens matarem outros homens por causa do poder e do dinheiro, enquanto os homens criarem animais em espaços minúsculos para depois os comerem, enquanto os homens exibirem animais em jaulas para seu prazer pessoal, hei-de sempre considerar que a questão das touradas é secundária.

A tauromaquia é uma questão cultural, que obviamente os nórdicos têm mais dificuldade em compreender, porque não têm essa tradição e também porque muitos se consideram superiores a nós, “os do sul”. Com o avanço da civilização humana, mais tarde ou mais cedo acredito que tenderá a acabar.

O que não merece a pena, na minha opinião, é as pessoas porem-se umas contra as outras por causa disto, quando há tanta coisa por fazer no capítulo da dignidade da vida das próprias pessoas.

A começar por esta crise, que foi, como todas as outras, provocada pela cegueira e pela ganância da gente do poder (político e económico-financeiro) e que, como todas as outras, terá que ser a arraia-miúda a pagar.

publicado por Mário Pereira às 19:28
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Segunda-feira, 3 de Setembro de 2012

Prevenção? Isso é alguma coisa que se coma?

Este ano «só» morreram 29 na «Operação Hermes», montada pela GNR para controlar e fiscalizar o trânsito nas alturas mais complicadas de ida e regresso de férias dos portugueses.

No ano passado, pela primeira vez em 50 anos, morreram menos de 700 pessoas nas nossas estradas. Foram «só» 690!

Espectáculo!

Este ano ainda «só» morreram dois ou três por causa dos incêndios!

Categoria!

Segundo o presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Abano Ribeiro, «desde o princípio do ano registaram-se 20 mortes em acidentes laborais na construção, mais quatro do que em período homólogo do ano passado».

http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=185986

Nice!

Apesar de a construção ter levado um tombo de todo o tamanho, têm morrido mais trabalhadores, «o que se explica pelo desinvestimento por parte dos empresários na segurança».

Sim senhores!

São mais de duzentos mil acidentes de trabalho por ano, fora os que não são registados.

São milhões de horas de trabalho perdidas.

Milhões de euros de prejuízo para as empresas.

Milhões de euros de custos para as seguradoras.

Milhões de euros de custos para o Estado, com as despesas médicas (tratamentos e medicação) e com as baixas.

Em 2010 e 2011, apesar da diminuição do número de horas trabalhadas, inverteu-se a tendência de diminuição de mortes por acidentes de trabalho da última década.

Porquê?

Por causa do desinvestimento na segurança.

Os empresários acham que a formação e a segurança são custos e não investimentos.

Depois, podem ter sorte ou não. É como o euromilhões, só que ao contrário.

De vez em quando, lá acontecem uns acidentezitos, uns estropiamentos, umas mortes…

Outras vezes, há uns incêndios.

Aqui é mais grave, porque os prejuízos financeiros são mais avultados…

Com os incêndios florestais é a mesma coisa.

Há mais de um milhão de desempregados, mas não se investe um tusto na limpeza e no ordenamento florestal.

Depois, haver ou não grandes fogos depende exclusivamente de fazer mais ou menos calor.

Os milhões de euros de prejuízos, mais o que se gasta no combate aos incêndios, davam e sobravam para pagar a quem fizesse a limpeza e vigiasse as matas, mas nenhum governo considera prioritárias essas medidas.

Porquê?

Porque, tal como os empresários, também os políticos as consideram um custo e não um investimento.

Tal como no início das descobertas, os portugueses continuam a navegar à vista. 

Entretanto, passaram mais de quinhentos anos...

publicado por Mário Pereira às 17:38
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