Notícia de hoje, 22 de Fevereiro: saíram da Função Pública entre 17 e 20 mil trabalhadores. Título do «Económico»: Saíram 20 mil funcionários do Estado em 2011.
Tinham que pôr um número redondo. Não iam pôr 17 a 20 mil. Como não sabem o número concreto, porque o secretário de Estado não o referiu (também não deve saber) e o jornalista tem mais que fazer do que investigar minudências destas, bota-se um número bonito: 20 mil.
É a mesma lógica que se aplica quando há manifestações ou greves: 100 mil, 150 mil, 300 mil. Nunca ninguém viu uma manifestação ou greve com 90 mil pessoas, muito menos com 87 mil. Foi grande, logo 100 mil. Passados uns tempos há outra, aparentemente (ou convenientemente) maior: 150 mil. É simples: contam-se os dedos dos pés e divide-se por dez.
É o chamado rigor jornalístico levado ao extremo... menos rigoroso. E mais redondo. Arredondamento para cima, em nome da beleza dos números e também para facilitar a compreensão por parte dos estúpidos leitores.
Mas vamos ao que interessa: diminuição do número de funcionários públicos. Certo? Errado. Porque não diz quantos entraram no mesmo período. Mas mais importante: deve-se isto a uma política do Governo, no sentido de diminuir o peso (leia-se a despesa) do Estado? NÃO! Estas pessoas simplesmente reformaram-se. Ou seja, continua a ser o Estado a garantir-lhes o sustento, com a diferença de que agora não precisam de trabalhar. (Vou ser mauzinho: e antes?... Eh! Eh!).
Já agora, quantos destes FP tinham 65 anos? Também não sabemos. Não interessa. O que interessa é o número redondo: 20 mil.
Por fim, no último parágrafo do artigo do «Económico»:
«Ao longo do ano passado foram reduzidas 40% das estruturas da Administração Central e 27% nos cargos de gestão. Houve uma diminuição de 142 organismos e de 1711 cargos de dirigentes. O governante acrescentou ainda que na administração central directa havia 102 estruturas e no final do ano passado eram apenas 80, uma diminuição de 22%. Já na administração central periférica ou seja regionais a redução foi de 67% de 43 estruturas para 14. Nos institutos públicos a redução foi de 74 para 56.»
Maravilha!
Depreende-se que toda esta gente foi para o desemprego. Ou para o sector privado. Ou emigrou. À mama do Estado é que não devem continuar, com certeza. Isso é que era bom! Isso era no tempo dos «xuxas»! Essa pouca vergonha acabou!
Já agora, alguém me sabe dizer quantos «grupos de trabalho» foram criados por este Governo? E quanto custam ao erário público? Não é por nada, é só porque andam por aí umas más línguas a sussurrar que por tudo e por nada o Governo (porque é pequeno e não pode fazer tudo, claro...), cria grupos de trabalho. Mas esse tema fica para outras núpcias...
Ficamos com a beleza estonteante dos números: Saíram 20 mil funcionários do Estado em 2011.
Conclusão: esta rapaziada está a trabalhar à séria. Só não vê quem não quer. Assim, o sucesso é garantido. Portugal está no bom caminho. Em breve voltaremos a ocupar o nosso verdadeiro lugar na História, o lugar de grande Nação, antiga e orgulhosa dos seus pergaminhos. Como nos gloriosos tempos do Salazar, em que passávamos fome mas não devíamos nada a ninguém.
Para os que ainda têm dúvidas, vamos ser claros: Toca a trabalhar, malandros! Agarrem-se à enxada, que há por aí muita terra para cavar. Como nos tempos da «Fanga» de Redol: sete partes da colheita para o dono da terra (pois então), uma parte para o trabalhador.
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