Tirado do «Económico» de hoje:
«Álvaro Beleza, coordenador do PS para a área da Saúde, afirmou que a ADSE é um sistema injusto e que se deve acabar com os subsistemas de saúde, mas gradualmente, porque o SNS não está preparado para receber 1,3 milhões de pessoas que têm ADSE, o que também criaria grandes dificuldades aos hospitais privados.
O pai do SNS, António Arnaut, mostrou-se favorável ao fim progressivo da ADSE e Correia de Campos, antigo ministro do PS e voz respeitada na área da Saúde, também veio defender a substituição da ADSE por um novo mecanismo.
A despesa ilegal, de 2008 a outubro de 2011, foi paga pelo Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), que gere a Assistência na Doença dos Militares (ADM). E dirá respeito a gastos de quase 12 mil beneficiários que, trabalhando no setor privado, descontavam para a Segurança Social e não para a ADM.
No centro deste caso está um protocolo, de 2007, entre o IASFA e a atual Autoridade Central do Sistema de Saúde (ACSS). E que visava a "inscrição na ADM, como beneficiários protocolares, dos cônjuges ou equiparados dos militares das Forças Armadas que efetuassem descontos para a Segurança Social em resultado do exercício da atividade privada".
A auditoria revela que o protocolo foi denunciado pela ACSS, no final de 2010, "implicando a sua não renovação para 2011, contudo, os ramos das Forças Armadas continuaram a inscrever novos beneficiários ‘protocolares'".»
Conclusões:
1. Confirma-se que Portugal é um país de corruptos, oportunistas e bandidos.
2. Confirmar-se-á, se tudo decorrer dentro da normalidade, que a nossa justiça é terceiro-mundista, pois provavelmente ninguém será preso e muito menos o Estado indemnizado.
2. Confirma-se que Portugal é um país profundamente desigual - neste caso entre (alguns) servidores do Estado, que têm acesso a uma saúde de luxo paga por todos, e os outros, que têm uma saúde (cada vez mais) de lixo.
3. Confirma-se que esta chocante desigualdade não causa engulhos a ninguém, desde o Presidente da República - que se preocupa mais com as suas próprias reformas, que considera insuficientes, apesar de totalizarem cerca de dez mil euros, e de ter «cama, mesa e roupa lavada» - aos próprios cidadãos - que sempre a aceitaram... -, passando pelo próprio Tribunal Constitucional - que nunca se pronunciou sobre ela, apesar de ser manifestamente inconstitucional - e, claro, por TODOS os partidos - que nunca se manifestaram contra esta gritante injustiça social, como, aliás, nunca o fizeram relativamente a tantas outras regalias de que gozam os funcionários públicos, como o horário de trabalho mais curto, a impossibilidade de serem despedidos, ou a garantia do salário ao fim do mês.
4. Perante esta trapalhada do PS, cuja posição oficial continua a ser - apesar do que disseram três dos seus principais especialistas nas questões da saúde - favorável à continuação da ADSE, segundo José Lello, porque «a maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS», confirma-se que o PS não vai levar o meu voto nas próximas eleições. Mas, como nenhum partido - nem sequer o PSD, que se tem comprazido em destruir tudo e mais alguma coisa - é a favor da criação de um SNS único e igual para públicos e privados, está-me a parecer que, nas próximas eleições - se lá chegar(mos) -, vou engrossar as fileiras do "maior partido": o dos abstencionistas.
Por muito que me custe. E custa, porque me lembro sempre dos tempos em que a maioria das pessoas não podia votar. Será para isso que caminhamos novamente?...
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